João Doria (PSDB)
Valter Campanato/Agência Brasil
João Doria (PSDB)

O governador de São Paulo , João Doria , afirmou que as declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre a redução de tributos dos combustíveis é “pouco responsável” e “populista”.

Durante o fim de semana, Bolsonaro publicou críticas em suas redes sociais aos gestores estaduais por, segundo ele, represarem a redução recente nos preços de gasolina e diesel nas refinarias da Petrobras.

Nesta quarta, o presidente da República afirmou que iria zerar os impostos federais caso os governadores aceitassem zerar o ICMS, que é um tributo estadual.

- Os governadores não foram convidados para nenhuma conversa com o presidente da República neste sentido, não houve isso. Uma prova de que não há interesse no entendimento. E na base da bravata, bravata me lembra populismo e o populismo me lembra algo ruim para o Brasil. E se o presidente está tão entusiasmado, tão motivado, ele que faça o primeiro gesto. Elimine os impostos sobre os combustíveis e, aí sim, os governadores vão avaliar o tema do ICMS - disse o governador de São Paulo.

Segundo cálculos da Receita Federal, o plano de zerar os impostos federais sobre combustíveis custaria aos cofres públicos R$ 27,4 bilhões.

Segundo Doria, os governadores têm tratado o assunto com “seriedade e responsabilidade fiscal” e é preciso diálogo. O tucano criticou a postura de Bolsonaro, que não abriu diálogo sobre o tema antes das declarações públicas.

Na segunda-feira, o presidente recebeu um pedido de 23 governadores para que o governo federal abra mão de receitas de impostos federais.

Hoje, Bolsonaro desafiou os governadores a zerarem o imposto estadual.

- Eu zero o federal se eles zerarem o ICMS. Está feito o desafio aqui, agora. Eu zero o federal hoje e eles zeram o ICMS. Se topar, eu aceito — disse Bolsonaro na manhã desta quarta-feira, ao deixar o Palácio da Alvorada.

Para o governador de São Paulo, Bolsonaro não se comporta de forma adequada a um presidente da República.

- Eu acho que o presidente tem, neste caso, um comportamento que não é adequado ao presidente da República. Ele não pode jogar no colo dos governadores a responsabilidade do preço dos combustíveis se o governo federal tem a incidência maior dos impostos sobre os combustíveis. Ele deve apoiar, isso sim, o entendimento, o diálogo com os governadores.

O governador paulista esteve no Senado no fim da manhã desta quarta-feira para conversar com o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) sobre o marco legal do saneamento. O projeto é uma das prioridades no Senado e o tucano é relator da matéria na Casa.

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